Marie Louise Coste, a mulher de Jacques Robert, era nascida em Saint-Etiènne, no departamento de la Loire, dia 14 de fevereiro de 1843. Filha de Leonard Coste e Caroline (Charlotte) Verchera.
Fonte: Archives de la Loire Saint-Etiènne, naissances, 1843, pp. 23/161.
(L'an mil huit cent quarante trois le quatorze février, à onze heures du matin par devant nous adjoint et officier del'Etat civil de la ville de Saint-Etienne (Loire). Est comparu Léonnard Coste, agé de trente-un ans, marchand de parapluie, rue neuve, le quel nous aprésenté un enfant fémelle, né cé jour sept heures de lui déclarant et de Caroline Verchera sa femme au qui il a donné le prénom de Marie Louise le tout fait et lui en présence de Jean Louis Verchera pérè de la soirante, marchand, rue la (ilegível), Jérome Bonnet, agé cinquante-un ans, (ilegível), rue de la presse, sous signé avec nous et le père. (ass) Coste, Verchera, J. Bonnet, (ilegível))
Para conhecer os ancestrais de Charlotte Verchera, clique aqui. A família Verchera tinha origem em Saint-Chamond e Saint-Antoine-l'Abbey, Loire (esta última listada entre um dos plus beaux village de France, leia aqui).
Em Saint-Etiènne, Marie Louise Coste trabalhava como plieuse de rubans, plissava fitas.
Plieuse et Ourdisseuse - Auguste Berthon - daqui |
A fabricação de fitas foi por muitos anos fundamental para a economia de Saint-Etiènne e continua sendo até os dias de hoje. Num livreto publicado em 1885, doze anos depois de chegada de Marie Louise ao Brasil, intitulado “Géographie de la Loire” de Adolphe Joanne, coletado por Marc Rochet e disponivel nos Archives departamentales de la Loire, lê-se que:
“Mais de 60.000 pessoas trabalham na fabricação de fitas na cidade de Sain-Etiènne e arredores.. Foi em Saint-Etiènne que se começou a usar seda em fitas, acertando a sua umidade na
fabricação. O fabrico de fitas absorve anualmente entre 5 e 600 mil
quilos de seda (de 30 a 55 milhões de francos). O valor das fitas
produzidas varia de 70 a 80 milhões de francos. A produção total
de fitas, enfeites, rendas, seja de algodão ou não, por todo o
distrito em tempos normais, é do montante de 130 milhões de
francos, 4/5 da produção francesa. O trabalho na fabricação de
fitas é feito em casa sozinho ou com poucos companheiros. A exceção
é na confecção de fitas de veludo, onde o tear pertence ao
fabricante que reune pequenos grupos de 8 a 10 pessoas sob a
supervisão de um contra-mestre. A indústria da seda no Loire
compreende 210.000 fusos para o trabalho na seda crua, 580.000 pinos
(?) e 17.600 teares mecanizados. Os teares mecanizados são
geralmente utilizados para a confecção de barras ou de jacquard e
permitem produzir 36 peças por vez. A cidade de Saint-Chamond deixou
a fabricação de fitas e agora reina soberana na indústria de
rendas, utilizando uma mão de obra feminina que ocupam de 8 a 10 mil
postos de trabalho. A cidade de Izieux também possui uma fábrica de
rendas, com 500 teares e 10.000 pinos (?) e onde 300 trabalhadores
estão sempre ocupados. Em Saint-Chamond a seda crúa trouxe um
grande desenvolvimento.”
continua ...
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