terça-feira, 27 de janeiro de 2015

A VIAGEM DA FAMÍLIA BUNDE

Como já escrevi anteriormente, parte da família Bunde chegou ao Brasil em 1861 a bordo do navio Franklin.

E a outra parte, embarcou no porto de Hamburgo dia 10 de abril de 1869 no navio Eletric com 454 passageiros a bordo (!!). 


Se você quiser saber mais sobre esse veleiro, possuo um texto em pdf de autoria de Airton Mathias, "O veleiro americano US Eletric" que posso encaminhar.

Em 1869 embarcaram no porto de Hamburgo:


Lista de embarque de passageiros no navio Eletric no porto de Hamburgo em 10 de abril de 1869, daqui (parte).

Nessa viagem chegaram Ferdinand Bunde, com a mãe Sophie, a mulher Caroline e seis crianças e Carl Bunde com a mulher Auguste e mais seis crianças. Os dois casais mais a senhora Sophie desembarcaram em São Francisco do Sul com as 12 crianças, todas juntas e misturadas.


São Francisco do Sul - Santa Catarina

Lista de desembarque de imigrantes (parte), em Santa Catarina, disponível no Arquivo de Joinville (lista 45), 
Navio: Eletric, 
Lista L – do embarque em Hamburgo.
Lista J – entrada do imigrante na Colônia por ocasião do desembarque no porto de São Francisco do Su
Capitão: Peyn
Saída de Hamburgo: 10/04/1869
Chegada na Colônia: 31/05/1869
Destino: Dona Francisca e Blumenau

BUNDE, Ferd.: 40 anos (44 J), lavrador, ? (ilegível), Prússia, c/ mulher Caroline (44 L) (40 J), filhos Wilhelmine (16), Wilhelm (14), Carl (12), Franz (9), Johanne (6), Albert (3), mãe Sophie (62), protestantes, 3ª classe. (J e L)

BUNDE, Carl: 47 anos, lavrador, ? (ilegível), Prússia, c/ mulher Auguste (45), filhos Friedrich (21), Albertine (16), Julius (14), Emilie (12), Albert (8), Alwine (5), protestantes, 3ª classe. (J e L)

Saiu no jornal "Kolonie-Zeitung" dia 05 de junho de 1869:
"No dia 31 de maio, às 6 horas da tarde, chegou são e salvo no porto local, em São Francisco, o veleiro norte-alemão Elektrik, saído de Hamburgo em 11 de abril, com 454 emigrantes alemães, dos quaes 265 se destinam à Colônia local e 189 para Blumenau."
No mesmo jornal, Kolonie-Zeitung, na edição do dia 12 de junho de 1869, foi publicado o seguinte:
"Os 265 imigrantes, chegados a São Francisco a bordo do navio Elektrik, capitão Peyn, foram recebidos aqui nos dias 3 e 4 de junho. A maioria deles procede do norte da Alemanha, ou seja: 141 da Prússia, 10 da Saxônia, 4 de Braunscheig, 4 de Anhalt, 2 de Hambrugo, 1 de Sachsen-Weimar, ao todo 162 pessoas, o restante veio: 98 da Áustria (Boêmia), 4 da Baviera e 1 da França. Segundo a religião, são: 162 protestantes e 103 católicos; segundo a idade 184 acima de 10 anos, 60 de 1 a 10 anos e 21 lactentes. Fizeram uma viagem tão tranquila quanto rápida e quase não houve queixas quanto ao tratamento e à alimentação a bordo, ao contrário, todos com quem tivemos a oportunidade de falar não se cansavam de elogiar, principalemente o comportamento gentil e humano do capitão Peyn. Durante a viagem morreram 10 crianças pequenas, a maioria devido à inflamação de garganta, e uma mulher em virtude de parto difícil; em contrapartida, nasceram quatro crianças. ..."

"... Depois da chegada no Porto de São Francisco, os imigrantes, inclusive suas bagagens, são transferidos para Joinville, por barcos da Colônia, sem custo algum. direção da Colônia se responsabiliza pelo transporte de toda a bagagem - desde que esta seja registrada nos documentos - do navio até o armazém de carga de Joinville. Lá, será guardada até que os proprietários venham buscá-la. Durante os primeiros quatro dias, os imigrantes receberão alimentação (ilegível no original) nos restaurantes locais e hospedagem livre nas casas de recepção pelo menos durante os primeiros três meses. Durante um ano receberão atendimento médico gratuito e em caso de necessidade, internação e atendimento em hospital, mesmo não tendo recursos para tal... "

Da Pasta Documentos Alemães do Arquivo de Joinville, daqui.







Existe um passeio de barco saindo do porto de Joinville, passando pela Baía de Babitonga até São Francisco do Sul. O passeio é com o barco Príncipe, e algumas vezes tem promoções em sites de compras coletivas, com preços bastante razoáveis, veja aqui.

Fontes: 
Böbel, Maria Theresa e outra – Joinville – os pioneiros: documento e história, Ed. Univille, 2001
Jahnel, Cláudia B.I.R. - O arquivamento do eu, UFPR, 2002.
Imagem 1 - São Francisco, por Debret, 1827, acervo dos Museus Castro Maya, do Rio de Janeiro
Imagem 2 - São Francisco do Sul, daqui, interessante projeto !!
Imagem 3 - São Francisco do Sul, atual, panoramio
Imagem 4 - São Francisco do Sul, atual, fotógrafo Ademar Rocha, daqui.

           


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

UM POUCO DE KOSEEGER, OU KOZIA GÓRA

A origem da família Bunde é em Koseeger, na Pomerânia. Koseeger era distrito rural de Mallnow, do kreis Kolberg-Körlin. Atualmente a pequena vila tem o nome de Kozia Góra e pertence a  Bialogard. Em 2007 contava com 187 habitantes.


Para visualizar no Google Earth procure por “Kozia Góra, Bialogard”. Observe que a região ainda hoje é totalmente voltada para a agricultura. Os Bunde, como landwirth, continuaram nessa atividade no Brasil.
" No período da pré-Reforma (sec XV, início séc XVI), parte de Koseeger pertenceu ao  Bispo da Pomerânia e outra parte foi um feudo da família Podewills. Desde o século XVI, uma aldeia se desenvolveu na propriedade, e estava economicamente focada na agricultura. Entre os séculos XVIII e XIX, Koseeger estava inteiramente na propriedade da família Podewills.Daqui.
Para saber sobre a família Podewills, senhorios dos Bunde, clique aqui.
"No séc. XVIII a família Podewills construiu uma mansão na região, na segunda metade do séc. XIX construiu um anexo em estilo Tudor." Daqui.

Palácio de Koseeger por volta de 1866, época em que chegaram os Bunde ao Brasil, daqui.



O palácio em 2007, daqui.

Para mais informações sobre Kózia Gora, clique aquiaqui e aqui.

Mais pesquisas no Kreis Kolberg-Koerlin, clique em http://kolberg-koerlin.de/ortsforschung/













terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A ENORME FAMÍLIA - OS BUNDE

A mulher de Johann Friedrich Gerber era ALBERTINE BUNDE, mãe de: Ferdinand, Helene, Carl, Adelhaide, Friedrich, Luise, Louis, Anna Emilie e Wilhelm, sobre quem acabamos de escrever.

A família Bunde é a maior e mais extensa de todas as famílias pesquisadas. Não consegui identificar por documentos qual o grau de parentesco entre os chefes de família que aqui chegaram, não consegui saber se eram irmãos ou primos. Mas, existiram laços de compadrio entre os diversos núcleos, uns foram padrinhos de outros em batismos ou casamentos.

Não vieram todos juntos, aos poucos a família se transferiu para o Brasil.

A primeira leva chegou em 1861 a bordo do navio Franklin, veja aqui, vieram:

1. Heinrich Ernest Christoph Bunde e sua mulher Friedrike geb. Behling e mais duas meninas.
2. Anna Bunde com 57 anos de idade, cujo parentesco com Heinrich não foi identificado. 

Oito anos depois, em 31 de maio de 1869,  a bordo do navio Eletric, veja aquichegaram:

1.  Ferdinand Bunde com a mãe, a mulher Caroline geb. Lilye e seis filhos. 
2. Carl Bunde com a mulher Auguste e mais 6 crianças.

HeinrichFerdinand e Carl vieram da mesma vila, Koseeger, no kreis Kolberg-körlin, na Pomerânia. A partir dos dados de desembarque pode-se concluir que:
Carl teria nascido aproximadamente no ano de 1822,
Heinrich Ernest aproximadamente no ano de 1823, e
Ferdinand aproximadamente no ano de 1825.

Esse mistério e também o grau de parentesco existente entre Heinrich, Anna, Ferdinand, Carl e Christian, só será resolvido a partir da disponibilização dos dados da Igreja Luterana de Koseeger. Porém (há sempre um porém) ...

... estão disponíveis para consulta no www.familysearch.org apenas os registros civis de Koseeger feitos a partir de 1874 (microfilmes 1538469 e 1538470) e nessa data os Bunde já estavam no Brasil. Os registros paroquiais anteriores a 1874 de grande parte das cidades do kreis Kolberg-Körlin foram perdidos durante a 2ª Grande Guerra. (Fonte: http://kolberg-koerlin.de/Allgemein.htm). Tampouco no arquivo evangélico central em Berlim (EZA) existe qualquer referência à Koseeger, veja aqui.

Alguns Bunde nascidos em Koseeger, procure aqui.




terça-feira, 6 de janeiro de 2015

WILHELM WENZEL - filho de Albertine e Johann Gerber

O caçula dos nove. Nasceu diia 2 de agosto de 1892. Foi batizado na Igreja Luterana de Curitiba, no Natal do mesmo ano, dia 25 de dezembro de 1892. Foram seus padrinhos: Wenzel Glaser e Hedwig Wendler. O Registro Civil foi feito no 1º cartório, veja aqui.



Wilhelm (Guilherme) Gerber casou com Elizabeth Casagrande dia 20 de outubro de 1917, em Curitiba, cartório do Portão, veja aqui. Na ocasião declarou ser mecânico por profissão, provavelmente na estrada de ferro como o irmão Friedrich e muitos cunhados.

Com ela teve a filha Alzira, nascida em março de 1920, veja aqui.

Wilhelm faleceu dia 31 de dezembro de 1955, com a idade de 63 anos.

A história dos Gerber que pesquisei começa aqui e segue nas postagens seguintes.

Para ver mais fotos da família Gerber, clique aqui.
Não tenho fotos de Wilhelm e família ... se você tiver, aceito e agradeço qualquer contribuição ....muito obrigada... :)