Durante
o ano de 1864 apenas 3 navios chegaram ao porto de São Francisco do Sul (SC), trazendo um total de 127 pessoas, sendo 95 de origem
alemã.
Um desses navios, o brigue Najade, saiu do porto de Hamburgo dia 10 de junho de
1864 e chegou em São Francisco dia 02 de setembro.
Em São Francisco, 42 pessoas desembarcaram com destino à colônia Dona Francisca (Joinville). O navio, então, seguiu viagem para o sul, em direção à foz do rio Itajai, onde desembarcaram outras 52 pessoas que se dirigiriam à colônia de Blumenau.
Lista de passageiros, embarque dos Rühe no porto de Hamburgo em 1864, daqui.
Em São Francisco, 42 pessoas desembarcaram com destino à colônia Dona Francisca (Joinville). O navio, então, seguiu viagem para o sul, em direção à foz do rio Itajai, onde desembarcaram outras 52 pessoas que se dirigiriam à colônia de Blumenau.
Conheça um brig Brig Ares Tsamados, de François Roux, daqui |
Entre elas, vindos de Tempelburg
perto de Stettin na Prússia (hoje Czaplinek, Polônia), chegam o
sapateiro Hermann Rühe e sua mulher Clara Wendt, ambos nascidos em
1821 e os 4 filhos: Anna nascida em 1843, Otto nascido em 1851,
Hulda nascida em 11 de janeiro de 1854 e o pequeno Gustav Richard nascido em 29 de
setembro de 1860.
Lista de desembarque de imigrantes (parte), disponível no Arquivo de Joinville (lista 37)
Navio: Najade
Capitão: C.H. Jantzen
Saída de Hamburgo: 10/06/1864
Chegada na Colônia: 02/09/1864
Destino: Dona Francisca e Blumenau
Passageiros: 95 e 42
Nascimentos a bordo: - Falecimentos a bordo: -
RÜHE, Hermann: 43 anos, sapateiro, Tempelburg, Prússia, c/ mulher Clara (43), filhos Anna (21), Otto (13), Hulda (9), Gustav (3), 3ª classe.
E COMO FOI A VIAGEM ??
Na edição de 10 de setembro de 1864, do jornal de Joinville “Colonie-Zeitung” foi publicada a seguinte notícia:
Os
passageiros desembarcavam na foz do rio Itajaí (atual cidade de Itajaí, porto de Itajaí), iam para terra em
botes, em pequenas viagens para descarregarem toda a tralha,
pertences e objetos. Numa dessas viagens da terra para o brigue um
dos botes foi atingido por uma violenta tempestade e virou, o
capitão, sr. Jantsen nadou até a praia e salvou-se, dois
marinheiros morreram (Colonie-Zeitung).
Lista de desembarque de imigrantes (parte), disponível no Arquivo de Joinville (lista 37)
Navio: Najade
Capitão: C.H. Jantzen
Saída de Hamburgo: 10/06/1864
Chegada na Colônia: 02/09/1864
Destino: Dona Francisca e Blumenau
Passageiros: 95 e 42
Nascimentos a bordo: - Falecimentos a bordo: -
RÜHE, Hermann: 43 anos, sapateiro, Tempelburg, Prússia, c/ mulher Clara (43), filhos Anna (21), Otto (13), Hulda (9), Gustav (3), 3ª classe.
E COMO FOI A VIAGEM ??
Na edição de 10 de setembro de 1864, do jornal de Joinville “Colonie-Zeitung” foi publicada a seguinte notícia:
“Todos
os passageiros (do
navio Najade)
queixavam-se de que a alimentação era escassa e de má qualidade
durante a viagem, bem como o rude comportamento do timoneiro, o que
viria a causar alguns excessos por parte da tripulação. Assim, os
dois grumetes, em consequência de uma falta qualquer cometida,
deveriam açoitar-se mutuamente com a ponta de uma amarra. Um deles
pegou a amarra, batendo não em seu colega mas no timoneiro, que
procurou defender-se com socos e pontapés, sendo arremessado ao chão
com a ajuda do outro grumete. O grumete dos camarotes foi condenado a
uma surra, que ele mesmo deveria aplicar-se com uma vara de
cana-da-índia. Depois que o navio ancorou, os dois grumetes foram
levados à cadeia de São Francisco, mas o grumete dos camarotes
desapareceu do navio durante uma noite, consta que teria pulado na
água e conseguido salvar-se, nadando até a praia.”
Não foi uma viagem muito tranquila ...
Desembarque de imigrantes na foz do Itajaí - 1885 - Acervo AHJFS |
Num
primeiro momento os colonos se alojaram num dos barracões para recém
chegados existentes na barra do rio, depois seguiam para a colônia,
cerca de 70 km rio acima, em embarcações menores numa viagem que
durava entre um dia e meio a dois, uma vez na colônia Blumenau
passavam a residir em outro alojamento, para em seguida adquirirem
seus lotes.
Rio Itajaí-açu, da foz à colônia Blumenau |
O
transporte de passageiros e cargas através do rio Itajaí era
constante entre a colônia de Blumenau e o litoral (atual cidade de Itajaí). Nos primeiros anos da colonização era feito por canoas e
pequenos barcos movidos a vela ou a remo. O primeiro vapor a
percorrer o trajeto, porém de forma esporádica e irregular, foi o
São Lourenço, que demorava cerca de 8 horas na viagem, bem menos
que anteriorirmente. Em 1878, começou a funcionar uma linha regular
com o vapor de rodas laterais Progresso. Em 1894 foi encomendado de
um estaleiro alemão um segundo vapor, o vapor Blumenau, que
atualmente está atracado às margens do rio Itajaí no centro
de Blumenau para visitação. O transporte fluvial entre Blumenau e Itajaí terminou
na década de 1950.
Porto de Blumenau - s/data |