Fenda da Garganta, a primeira foto do livro Rebouças o bairro da harmonia, a segunda daqui. |
Como já vimos, a família de Jacques Robert chegou ao Brasil em 1873. Adquiriu um lote na Colônia Argelina, atual bairro Bacacheri em Curitiba, cuja finalidade principal era o abastecimento de horti-fruti da região metropolitana. De uma vida urbana na França, com trabalho em minas de carvão, a família passaria a trabalhar com agricultura no Brasil.
Apenas 3 anos após a chegada da família ao Brasil, no relatório provincial de 15 de fevereiro de 1876, lemos que "os colonos em sua maior parte estranhos a lavoura e dados à vida ociosa, não podiam prosperar, principalmente estabelecidos em um terreno ingrato e limitadíssimo e só com insano trabalho para adubá-lo dificilmente produziria alguma coisa". (grifo meu, para ler o relatório na integra, clique aqui.)
Foi
necessário a busca de novas alternativas de trabalho, o que pode ter acontecido
pela improdutividade do terreno como visto acima ou pela não adaptação da
família à vida rural.
Desde os
anos 1870 começou a se pensar e articular a construção de uma estrada de ferro
que ligasse o litoral à capital paranaense, para transporte de passageiros e
escoamento da produção da erva-mate e da madeira. Depois de muitas idas e
vindas, mudanças de construtores e traçado, em 1879 a "Compagnie
Générale de Chemins de Fér Brésiliens” recebeu a concessão para a construção da
primeira estrada de ferro do Paraná, a estrada de ferro Curitiba-Paranaguá.
Autores
diferentes fornecem informações diferentes: Segundo Kroetz, a “Chemins de Fér”
contratou a "Société Anonyme de travaux Dyle et Bacalan" para
realizar as obras.
O prédio maior ao fundo é a estação ferroviária de Curitiba, em foto de 1883. Do livro de Eduardo Emílio Fenianos, Rebouças: o bairro da harmonia.
Abaixo, as oficinas em foto de 1905, da coleção da prof. Júlia Wanderley, daqui.
A Estação Ferroviária, sem data, provavelmente início do séc. XX, ao fundo o teto das oficinas, daqui.
Abaixo, as oficinas em foto de 1905, da coleção da prof. Júlia Wanderley, daqui.
A Estação Ferroviária, sem data, provavelmente início do séc. XX, ao fundo o teto das oficinas, daqui.
Segundo a
tradição familiar, o imigrante francês Jacques Robert (meu
trisavô) trabalhou na construção do trecho Curitiba-Paranaguá. Continuando a
construção da malha ferroviária do Paraná trabalharam também o filho mais velho
Leonard Robert, o filho Antônio Robert
(meu bisavô) e o neto Fernandes Robert (meu avô, nas oficinas).
Eles
trabalharam na ferrovia em períodos diferentes:
Jacques de 1880 até seu falecimento em 1907,
Leonard, provavelmente começou a trabalhar na estrada de ferro junto com o pai Jacques, já que na ocasião contava com 16 anos de idade, trabalhou até seu falecimento em 1907,
os filhos de Leonard: Leonardo, veja aqui, Jorge Eugênio, veja aqui e aqui e também Luiz Robert, telegrafista, veja aqui.
Antônio por toda a vida, provavelmente de 1890 até 1923,
meu avô Fernandes por algum tempo, provavelmente de 1913 até 1920,
provavelmente Geraldo Robert, o segundo filho de Antônio e irmão de Fernandes, mecânico em Guajuvira, veja aqui.
Também trabalharam na estrada de ferro:
Alberto Bunde, maquinista, cunhado de Leonard Robert, marido de Rosalina Schultz. Para saber um pouco mais sobre maquinistas e foguistas, leia aqui.
André Legat, marido de Claudine Robert, filha de Jacques, aqui.
Friedrich Gerber, irmão de Helene Gerber e cunhado de Antônio Robert, veja aqui
provavelmente Wilhelm Gerber (Guilherme), outro irmão de Helene também, já que declarou ser mecânico em seu casamento, veja aqui.
Jacques de 1880 até seu falecimento em 1907,
Leonard, provavelmente começou a trabalhar na estrada de ferro junto com o pai Jacques, já que na ocasião contava com 16 anos de idade, trabalhou até seu falecimento em 1907,
os filhos de Leonard: Leonardo, veja aqui, Jorge Eugênio, veja aqui e aqui e também Luiz Robert, telegrafista, veja aqui.
Antônio por toda a vida, provavelmente de 1890 até 1923,
meu avô Fernandes por algum tempo, provavelmente de 1913 até 1920,
provavelmente Geraldo Robert, o segundo filho de Antônio e irmão de Fernandes, mecânico em Guajuvira, veja aqui.
Estação de Guajuvira, no centro da foto, escura com placa branca, 1923, foto daqui |
Também trabalharam na estrada de ferro:
Alberto Bunde, maquinista, cunhado de Leonard Robert, marido de Rosalina Schultz. Para saber um pouco mais sobre maquinistas e foguistas, leia aqui.
André Legat, marido de Claudine Robert, filha de Jacques, aqui.
Friedrich Gerber, irmão de Helene Gerber e cunhado de Antônio Robert, veja aqui
provavelmente Wilhelm Gerber (Guilherme), outro irmão de Helene também, já que declarou ser mecânico em seu casamento, veja aqui.
Em pesquisa à Inventariança da extinta RFFSA, que encampou todas as companhias ferroviárias anteriores, não encontrei nenhuma referência ao sobrenome Robert no acervo de pessoal em Curitiba.
Provavelmente Jacques, Leonard, Antônio e Fernandes Robert foram empregados da "Société Anonyme de travaux Dyle et Bacalan" ou da própria "Compagnie Générale de Chemis de Fér Brésiliens”. Segundo informações obtidas essa documentação estaria no Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro.
Provavelmente Jacques, Leonard, Antônio e Fernandes Robert foram empregados da "Société Anonyme de travaux Dyle et Bacalan" ou da própria