Curitiba no início do século XX.
Antônio Robert e Helena Gerber casaram em meados do ano de 1900. Meu avô
Fernandes nasceu em outubro de 1900 e foi registrado no cartório do Portão,
então acredito que a família, nesta ocasião, devia morar nessa região. Morava no bairro do Portão o irmão de Helena, Fernando Gerber.
Provavelmente por volta de 1905 a família mudou para uma região mais
central, na rua Silva Jardim, em alguns documentos nº 171 em outros nº 194. Em 1909, com certeza, já
estava nesse endereço, próximo à rua João Negrão, praticamente ao lado da
estação ferroviária de Curitiba, local de trabalho de Antônio Robert. Como seria a região ?
Quando mudaram usavam água de poço, mas logo o abastecimento seria com água encanada.
Água encanada desde 1911, Jornal A República de 10 de outubro de 1910, daqui.
O nr. 171/194 da Silva Jardim era rodeado pelo pequeno comércio, pequenas vendas, uma padaria, casinhas de aluguel no nr. 164, um açougue no 172, um botequim no 222. E toda essa diversidade trazia alguns problemas ...
Delicioso ler uma notícia dessas:
Jornal A República de 29 de outubro de 1910.
Jornal A República de 29 de setembro de 1911.
Jornal A República de 7 de maio de 1912.
Na edição de 07 de março de 1913, saiu na pg. 4 do jornal Diário da
Tarde, o seguinte:
“O vizindario (vizinhança)
queixa-se da fedentina, produzida pelos restos de bofes, buxo, tripas, o diabo,
que costumam lançar nos quintais. Ora,
dentro do quadro urbano não deve ser permitido isso e nem o (no) quintal, numa cidade como a nossa, (não) é logar
próprio para deposito e lavagem de detrictos. Além disso, o cidadão não pode,
em sua casa, estar sujeito a sofrer as consequencias da falta de higiene
observada em casas de outrem.”
Em 11 de abril de 1913, o Diário da Tarde publicou:
“Diversos moradores da rua Silva Jardim veem recorrer, a bem da higiene
publica, ao impoluto Diário da Tarde, sempre prompto a pugnar pelos interesses
da nossa bela capital e solicitar... a atenção do sr. fiscal de posturas
municipais para um estabulo (tendo mais de 5 vacas) estabelecido
clandestinamente, em plena rua... entre as Lamenha Lins e Brigadeiro Franco,
cuja emanação pestilenta traz as narinas dos transeuntes e moradores próximos
em constante sobressalto e os mosquitos sempre em festa, pois o seu
proprietário não remove o estrume. Ora, sr. redactor, isto não é serio numa
capital como a nossa..”
Uma tentativa de lidar com a questão
do saneamento básico e urbanização numa cidade que estava crescendo. Difícil
imaginar esse quadro na Silva Jardim de hoje .... tão adensada e caótica, mas nos arredores do centro da cidade, em regiões mais distantes, sim ... é possível ...
Algo me diz que o "foca" se equivocou. Não conheço nenhum Emílio Robert, você conhece ? Jornal A República de 26 de janeiro de 1914.
Jornal A República de 11 de abril de 1914
Jornal A República de 30 de outubro de 1914.
Jornal A República, 28 de dezembro de 1914.
Depois do falecimento de Antônio Robert, em 1923, a família saiu da av. Silva Jardim, não sei exatamente quando. Em 1925 a mãe de Antônio Robert, Maria Louise Coste, faleceu na av. Silva Jardim 171, veja aqui. Em 1939 a família já estava na rua cel. Dulcídio.
Jornal A República de 11 de abril de 1914
Jornal A República de 30 de outubro de 1914.
Jornal A República, 28 de dezembro de 1914.
Depois do falecimento de Antônio Robert, em 1923, a família saiu da av. Silva Jardim, não sei exatamente quando. Em 1925 a mãe de Antônio Robert, Maria Louise Coste, faleceu na av. Silva Jardim 171, veja aqui. Em 1939 a família já estava na rua cel. Dulcídio.
Foto de João Groff (detalhe), sem data, (1920-1930 ?), foto completa aqui. |
av. Iguaçú, av. Silva Jardim, av. Sete de Setembro, av. Vis. Guarapuava, década de 1940, daqui |
av. Silva Jardim, atualmente, daqui |
rua Cel. Dulcídio, 25 de dezembro de 1941 casa de Helena Gerber Robert (direita) |
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