Helena
Rüher, no início da década de 1970.
Depois
da Proclamação da República em 1889, várias vozes se levantaram
por todo o país contra o novo regime instalado, alguns queriam a
volta da monarquia, outros uma república com mais força para os
estados, outros o parlamentarismo, outros ainda a separação do Rio
Grande do Sul do resto do país. Apesar de não formarem um grupo
coeso, no sul do país começou o que conhecemos como a “Revolução
Federalista”.
De
1893 a 1895, as terras do sul serviram de cenário aos violentos
combates da Revolução Federalista, travados entre os partidários
de dois oligarcas gauchos, Gaspar Silveira Martins (federalistas, conhecidos
como “maragatos”, eram os que usavam o “lenço vermelho”, os
revoltosos) e Júlio de Castilhos (legalistas, conhecidos
como “pica-paus”, eram os que usavam o “lenço branco”).
Essa foi uma das Revoluções mais violentas, radicais e passionais do país, marcada por saques, incêndios, estupros, castrações, também conhecida como a Revolta da Degola. Pode-se citar como exemplo os combates de Rio Negro e Boi Preto. No combate do Rio Negro o chefe “maragato” Joca Tavares madou degolar mais de 300 homens jogando-os nos rios, alguns meses depois na batalha do Boi Preto o chefe “pica-pau” Firmino de Paula condenou a degola mais ou menos 300 federalistas também. Segundo Sandra Jatahy Pesavento, a degola “consistia, na sua forma mais usual, em matar a vítima tal como se procedia com os carneiros: o indivíduo era coagido a, de mãos atadas nas costas, ajoelhar-se. Seu executor, puxando sua cabeça para trás, pelos cabelos, rasgava sua garganta, de orelha à orelha, seccionando as carótidas, com um rápido golpe de faca”. Era considerada uma execução rápida, eficaz e barata, já que não se gastava nem mesmo pólvora.
Essa foi uma das Revoluções mais violentas, radicais e passionais do país, marcada por saques, incêndios, estupros, castrações, também conhecida como a Revolta da Degola. Pode-se citar como exemplo os combates de Rio Negro e Boi Preto. No combate do Rio Negro o chefe “maragato” Joca Tavares madou degolar mais de 300 homens jogando-os nos rios, alguns meses depois na batalha do Boi Preto o chefe “pica-pau” Firmino de Paula condenou a degola mais ou menos 300 federalistas também. Segundo Sandra Jatahy Pesavento, a degola “consistia, na sua forma mais usual, em matar a vítima tal como se procedia com os carneiros: o indivíduo era coagido a, de mãos atadas nas costas, ajoelhar-se. Seu executor, puxando sua cabeça para trás, pelos cabelos, rasgava sua garganta, de orelha à orelha, seccionando as carótidas, com um rápido golpe de faca”. Era considerada uma execução rápida, eficaz e barata, já que não se gastava nem mesmo pólvora.
Abaixo a representação
da degola por um CTG (Centro de Tradições Gaúchas) de Pelotas-RS
em 2010 (nos primeiros 3 minutos do vídeo). Os de lenço vermelho são os federalistas do Rio Grande do Sul, o de lenço branco o florianista.
A
partir de janeiro de 1893 o ambiente político estava cada vez mais
pesado, em meados de 1893 os “maragatos” atingem o estado de
Santa Catarina. Os embates políticos tornam-se ataques.
Em 14 de outubro de 1893 a cidade de Desterro (Florianópolis) foi tomada pelos revoltosos que formaram um Governo Provisório dos Estados Unidos do Brasil que se considerava separado da União e somente em abril de 1894 a cidade foi retomada.
No Paraná, o cerco da Lapa foi a batalha mais importante entre os federalistas do sul e os legalistas. A ação começou em 13 de janeiro de 1894 e durou 26 dias. Quando a cidade se rendeu era dia 10 de fevereiro de 1894. Eram 1.200 maragatos contra pouco mais de 300 legalistas. Da cidade da Lapa os federalistas rebeldes vitoriosos pegaram o trem para Curitiba com os oficiais capitulados e suas famílias. As coisas começaram a mudar na cidade, ocorreram degolas nos muros do Cemitério Municipal do São Francisco e também nas proximidades do antigo Paiol de Pólvora, começaram arrecadações “voluntárias” entre os comerciantes para o provimento da guerra. O governador do estado, Sr. Vicente Machado, transfere a capital provisoriamente para a cidade de Castro (Decreto Estadual n° 24, de 18 de janeiro de 1894) e Curitiba fica sem governo.
Como o Almirante Custódio de Mello entrou em Curitiba dia 20 de janeiro de 1894 vindo por Paranaguá, provavelmente esta foto foi tirada na chegada do General Gumercindo Saraiva na cidade, vindo da Lapa, em fevereiro de 1894 (a confirmar).
A 10 de maio de 1894 os legalistas entram e retomam a cidade de Curitiba, que ficou sob comando dos revoltosos por cerca de cinco meses.
Maragatos em Santa Catarina Prefeitura de Braço do Norte - SC |
Em 14 de outubro de 1893 a cidade de Desterro (Florianópolis) foi tomada pelos revoltosos que formaram um Governo Provisório dos Estados Unidos do Brasil que se considerava separado da União e somente em abril de 1894 a cidade foi retomada.
Maragatos - Acervo da Casa da Memória - Curitiba |
No Paraná, o cerco da Lapa foi a batalha mais importante entre os federalistas do sul e os legalistas. A ação começou em 13 de janeiro de 1894 e durou 26 dias. Quando a cidade se rendeu era dia 10 de fevereiro de 1894. Eram 1.200 maragatos contra pouco mais de 300 legalistas. Da cidade da Lapa os federalistas rebeldes vitoriosos pegaram o trem para Curitiba com os oficiais capitulados e suas famílias. As coisas começaram a mudar na cidade, ocorreram degolas nos muros do Cemitério Municipal do São Francisco e também nas proximidades do antigo Paiol de Pólvora, começaram arrecadações “voluntárias” entre os comerciantes para o provimento da guerra. O governador do estado, Sr. Vicente Machado, transfere a capital provisoriamente para a cidade de Castro (Decreto Estadual n° 24, de 18 de janeiro de 1894) e Curitiba fica sem governo.
Entrada dos federalistas em Curitiba, Alm. Custódio de Mello e Gal. Gumercindo Saraiva Acervo do Museu Paranaense |
Como o Almirante Custódio de Mello entrou em Curitiba dia 20 de janeiro de 1894 vindo por Paranaguá, provavelmente esta foto foi tirada na chegada do General Gumercindo Saraiva na cidade, vindo da Lapa, em fevereiro de 1894 (a confirmar).
A 10 de maio de 1894 os legalistas entram e retomam a cidade de Curitiba, que ficou sob comando dos revoltosos por cerca de cinco meses.
Mapa do Brasil em 1895 (parte) - daqui |
Todas as cidades, em regiões de passagem das colunas, se não envolvidas diretamente nos combates, presenciaram de perto a agitação da revolução. Observe no mapa acima (alterado), o traço em vermelho representa o alcance da revolução, apenas o extremo oeste dos atuais estados de Santa Catarina e Paraná escaparam dos combates federalistas, praticamente toda a região, de Curitiba ao sul, sofreu influência do confronto.
O fim do conflito ocorreu em fins de agosto de 1895 com assinatura de um acordo de paz com o então presidente Prudente de Moraes.
Mapa do Brasil de 1895 - daqui |
continua ....