terça-feira, 11 de setembro de 2012

E HELENA RÜHER CONTOU ....

Depoimento de Helena Rüher Gestmeier,
tomado pela minha mãe (Lourdes) no início da década de setenta (1970),
numa bela tarde ensolarada em Curitiba !!




"RÜHER
Estraich (Stettin) - pai - irmão - Porto Alegre (Otto)
                                 irmã - Curitiba (Anna) - tia Emília e tia Maria procuraram, acharam e ela negou ter um pai.
Blumenau - mãe

Gustav e Tecla casaram em Blumenau e fugiram da Revolução para Curitiba. Germano, Otto, Luiz, Maria e Emília nasceram em Blumenau e Helena em Curitiba. Voltaram para Rio Negro (Ricardo) e depois São Bento (Arthur) e depois Estrada dos Bugres bem embaixo (Anna e Theodoro).
Queriam matar Gustav porque ele fazia política em Blumenau. Tinha moinho, terras. Vendeu tudo mas quando foi receber não recebeu nada. Em Curitiba foi bem recebido por causa da política (apoiava a política daqui), foi morar em uma boa casa na Praça da Ordem.

Em Rio Negro foi em casa alugada, fabricava charutos, tocava bandoneon em bailes e casamentos, a avó Tecla costurava.

Deu-se bem com os irmãos da esposa, Tecla Jacobi teve 4 irmãos e 1 irmã.
Christian  com dois filhos e duas filhas, ficaram ricos
Laura Schwartz (na verdade, Blank)
(faltou Wilhelm, Guilherme Jacobi)

Vovô (Gustav) doente (Dr. Wolf) pediu para ser levado em Joinville e foi levado de carroça pelo Otto, porque não queria morrer em casa. Logo depois morreu e foi enterrado no Cemitério Protestante.

Na Estrada dos Bugres tiravam um pouco do mato, fizeram um rancho com palmeira de palmito, coberta com palha, o vento tirou, a mãe pos as crianças embaixo da mesa.

Trabalhavam em estrada e recebiam em terrenos.
Christian morreu em explosão de dinamite em pedreira, 15 dias a esposa ….

Vovó Tecla (curandeiro Jorge Wischaral) deixou morrer porque não fez limpeza no parto. Foi de Curitiba para São Paulo, com tio Luiz (ilegível) e fugido com o dinheiro. (?)

Na Estrada dos Bugres, os bugres nunca fizeram nada para a família. Foram buscar casca de araçá, cedo, ouviram o barulho de passos e as crianças fugiam para casa. Se esqueciam qualquer coisa fora, machado ou (ilegível), os bugres pegavam.

Vendiam as cascas para curtir couro, com isso pagaram dois terrenos. 
Plantavam aipim, taiá, milho, (vendiam) carne de bicho do mato (paca, veado, porco do mato, anta, jacutinga, jacu, macuco) para São Bento.
Cana de açúcar, faziam açucar pro gasto.
Monjolo (farinha de milho)
Café para o consumo
Laranja, banana, tangerina, 
ingá que plantavam nos pés de café para a geada não matar porque as folhas não caiam
Margarida (batatinhas), cará
Pão feito com farinha de milho e cará ou taiá (*)
Moinho de mão para quirera
Criava porcos, ganso, galinha
A primeira vaca foi trocada por uma roça de milho
Compraram um cavalo, quando o pai faleceu tinham cinco cavalos e duas carroças – uma com Luiz de 2 cavalos e uma com Otto de 3 cavalos".


Carroças na estrada Dona Francisca - sem data
dispobilizado no grupo FB Joinville de Ontem

(*) O livro "Gostinho cultural do norte do Espírito Santo" disponível on-line aqui, tem receitas da culinária pomerana, inclusive o Milhabrot, pão feito com farinha de milho, cará e outros tubérculos ralados.
(A colonização pomerana atingiu outras áreas no Brasil além de Santa Catarina, como o município de Domingos Martins no Espírito Santo)