terça-feira, 29 de dezembro de 2015

PANTELLERIA


Sem ideia para as próximas férias ? Está com a grana sobrando ? Seus problemas acabaram ...


Pantelleria é uma ilha de origem vulcânica (atualmente só restam fumarola e fontes termais) entre Sicília e África, no centro do Canal da Sicília. Por sua localização geográfica recebeu povos de diferentes regiões, fenícios, romanos, vândalos, bizantinos, turcos,  árabes, ....

A capital da ilha é a cidade de Pantelleria, na sua origem, o povoado de um feudo cercado pela muralha do Castelo Barbacane, construção do séc. XIII. Para quem visita a ilha é bom saber que ...
"Hoje, infelizmente, aquilo que restou do centro urbano original de Pantelleria são apenas fragmentos dispersos, porque o resto foi destruído pelos norte-americanos, durante a Segunda Guerra Mundial". Veca 



"O Mediterrâneo nem sequer é um mar, antes é um "complexo de mares", de mares pejados por ilhas, cortados por penínsulas, cercados por costas rendilhadas, a sua vida está ligada à terra, a sua poesia é predominantemente rústica, os seus marinheiros são camponeses nas horas vagas, é o mar dos olivais e das vinhas, tanto como dos esguios barcos a remos ou dos redondos navios dos mercadores, e a sua história não pode ser ado mundo terrestre que o envolve, tal como a argila o não pode ser do aresão que a modela." Fernand Braudel em O Mediterrâneo e o Mundo Mediterrâneo.
 Uma construção típica de Pantelleria são os dammusi. São construções rurais, feitos de lava local e pedra obsidiana, para abrigo, moradia e armazenamento de material de trabalho (agrícolas). Estão presentes na ilha há muitos séculos, mas não se sabe exatamente desde quando, acredita-se que tenham origem árabe. 

Atualmente, a ilha conta com cerca de 8.000 dammusi, a maioria deles construídos entre 1860 e 1940, a partir de fundações mais antigas. Você pode se hospedar num deles, veja aqui.

Sobre os dammusi, veja a dissertação de mestrado em Arquitetura de Mia Onofrio Veca, pela Universidade  Lusíada de Lisboa, disponível em pdf online aqui.


Os vinhedos são cultivados em  terraços, ao modo das terrazas andinas. O cultivo de  oliveiras e alcaparras também é expressivo.


Para quem aprecia vinhos, a ilha é produtora de premiados vinhos de  uva moscatel, como Zibbibo, Passito de Pantelleria, veja aqui.

Isola de Pantelleria de Simone Genovese:


Estando em Pantelleria, não esqueça que tudo que você vê, também já passou pelos olhos dos seus ancestrais, e que um pouco, que seja apenas um pouquinho  dessa linda ilha, corre nas suas veias.

Um pouco sobre a História de Pantelleria, clique aqui.

D'aietti, historiador e pesquisador, clique aqui





terça-feira, 22 de dezembro de 2015

300 ANOS DE IDADE !!

Documento mais antigo que encontrei, dos ancestrais da minha avó Luiza Capozzi Jablinski:

Casamento de Blasius Modica com Cecília Campo, dia 27 de julho de 1715, na Chiesa de S.S. Salvatore em Pantelleria. Microfilme SUD 1338505. Meus ancestrais diretos, 8 gerações.

O texto está em latim, quem conseguir ler alguma coisa, por favor, compartilhe.

Rubens >> mãe: Luiza Capozzi >> mãe: Agnesa Siggia >> mãe: Calógera Cosentino >> mãe: Maria Modica 




Casamento de Blasius filho de Cassian (Cassius, Lazzari ??) de Modica ... (???) relictus (viúvo) e de Gaetana Valencia com Cecília filha de J(ilegível) Campo e Angela Falcone



Nomes masculinos em latim, aqui.







terça-feira, 15 de dezembro de 2015

OS SIRAGUSA


Rubens  >> mãe: Luiza Capozzi >> mãe: Agnesa Siggia >> mãe: Calógera Cosentino >> mãe: Maria Modica


Giuseppa Siragusa provavelmente é nascida antes de 1750 e seus pais nos primeiros decênios dos 1700's.

Enquanto os Modica eram homens do mar, os Siragusa eram soldados.

Entre os anos de 1556 e 1713, Pantelleria era domínio do Reino de Aragão (Espanha). Em meados do séc. XVI, a ilha recebeu soldados espanhóis para proteção, entre outras coisas, contra a pirataria e a guerra de corso. Alguns desses militares chegaram acompanhados da família. Entre esses soldados chegou algum (ou alguns) Siragusa.

Descendente de um desses espanhóis, aparece em nossa árvore genealógica, o Sargento Antônio Siragusa, que continuou na atividade familiar principal e provavelmente fazia parte da guarnição do Forte e Castelo de Barbacane.



A primeira foto é daqui, a segunda daqui.
"Os Siragusa estão nos registros paroquiais desde o ano de 1584. Provavelmente, a família é de origem espanhola, como sugerem as primeiras versões do sobrenome: Zaragoza, Saragosa." Daqui.
"Che il cognome venga dalla cittá di Siracusa (na Sicília) ce pare poco verossimile. Pantelleria né in passato né oggi ha avuto e ha traffico con talle cittá .... Dunque i nostri Siragusa sono di Saragoza"  Pg. 21-22, D'Aietti, aqui 
Assim, em Pantelleria,  e na nossa árvore familiar, existem vários sobrenomes espanhóis, além do já citado Salsedo, aparecem também Valentia (Valencia ou Valenza)  e Siragusa.

Na Collezione delle leggi e de'decreti reali del regno delle Due Sicilie, de 1848 (bem posterior à data estudada) , encontramos a lotação da guarnição militar da ilha de Pantelleria, aquartelada no Castelo Barbacane, veja aqui. A coleção inteira se encontra aqui, mas não encontrei a lotação em data anterior.


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Gostou do assunto ?  Piratas e Corsários ? A bibliografia é vastíssima, com centenas de sites, artigos e livros, algumas sugestões:



Bonafini, Giuseppe - artigo, disponível aqui. (muito bom !)

Comune di Pantelleria - Pantelleria, aqui.

D"Aietti, Angelo - Il libro dell'isola di Pantelleria aqui, com trechos (se for comprar não esqueça de mim!)

Ferrara, Oracio - artigo, disponível aqui.

Ferruccio, Formentini - I corsari di Canale de Sicilia, aqui

Pietrostefani, Giorgio - La guerra corsa, forma estrema del libero commercio, parte aqui.

Literatura sobre o tema disponível no Projeto Gutenberg, aqui

Cordingly, David e Falconer, John - Pirates, fact and fiction - ed. Artabras, London

Cordingly, David - Under the black flag - A Harvest Book, 1997

França, Jean Marcel Carvalho e Hue, Sheila - Piratas no Brasil, as incríveis histórias dos ladrões dos mares que pilharam nosso litoral, ed. Globo, 2014   (Super recomendo !!)







terça-feira, 8 de dezembro de 2015

OS SALSEDO - parte 2

Continuando com a segunda grande e memorável incursão bárbara à ilha de Pantelleria.
"A segunda invasão turca, de muito mais profundidade, ocorreu 3 anos após a primeira, no ano de 1553. (Foi praticada) pelo terror dos mares da época, o sanguinário pirata Dragut, ou mais exatamente Torghud, aluno digno de seu mestre o terrivel Khair-ad-Din, conhecido no ocidente como Barbarossa. Para Pantelleria foi uma tragédia, e como toda tragédia que se preza teve seu prólogo ..."
Desacordos entre Espanha e França no Vice-Reino de Nápoles, fez com que fosse chamado, como aliado,  pelos franceses, o Sultão do Império Otomano, Suleyman II. Sulleyman organizou uma poderosa frota com 150 navios de guerra para invadir por mar a costa napolitana.
" ... Ele confiou o comando da armada turca a Dragut, hábil almirante na guerra de corso e agora nas graças do Sultão por haver frustado, com sorte, a frota genovesa-espanhola no comando do Almirante Andrea Doria."
Dragut (Thorgut), corsário bárbaro. Começou a vida como pirata e acabou sendo colocado no comando de 12 grandes galés por Khair-ad-Din (o conhecido Barbarossa). Pilhou e incendiou muitas cidades e aldeias na costa italiana, e destruiu incontáveis navios. Foi feito prisioneiro pelo jovem Doria (Almirante espanhol), e condenado a remar nas galés por quatro anos, até ter seu resgate de 3.000 ducados pagos por Khair-ad-Din. Foi nomeado Almirante da frota otomana (turca). Terminou sua sanguinária mas bem sucedida carreira em 1565 quando foi morto no Cerco de Malta. Daqui. A foto abaixo é daqui.


"Rapidamente, no tempo determinado, Dragut estava na costa da Calábria. Desembarcaram e saquearam muitas aldeias costeiras. Em seguida, lançaram ancôra na baía de Nápoles, próximo à Procida (ilha), esperando a frota francesa."
"A simples visão dos navios turcos espalhou o terror e muitas pessoas preferiram deixar a cidade de Nápoles. Dragut esperou os franceses por vários dias em vão .... deu ordens de partir para Constantinopla (atualmente Istambul). .... A ordem enfureceu a tripulação turca, que viu desaparecer os possíveis saques e pilhagens sonhados nas longas horas de navegação .... com a tripulação ávida por sangue e ataques, na viagem à Constantinopla, a fim de evitar o traiçoeiro Estreito de Messina, contorna a ilha da Sicília e chega em Pantelleria, a última defesa do cristianismo contra o Islã."
Abaixo galé muçulmana do séc.XVII, com seus escravos remadores.


"Era um dia de agosto de 1553. Naquele dia, o mar defronte à ilha de Pantelleria fervilhava com 150 navios de guerra que agitavam as bandeiras verdes com o crescente, sob o comando de Dragut, que mesmo no nome tinha semelhanças com um ser cruel por excelência: o dragão. De nada valeu a coragem de leão de Don Giovanni Salsedo e o sacrifício heroico de seus soldados. Ante aquela furia humana, destinada a invadir um Reino e agora invadindo uma pequena ilha, a defesa era impossível. Logo começou a pilhagem, os estupros e os massacres. Nada foi poupado nem os homens, nem as coisas, as igrejas foram profanadas virando grandes fogueiras, em seguida foi a vez do Castelo e de toda cidade. Nas igrejas foram destruídos os Registros Paroquiais que foram retomados no ano de 1584".
De fato, os registros paroquiais disponíveis para consulta no FamilySearch começam no ano de 1584, veja aqui, mas não sei se todos os registros foram microfilmados, seria necessário uma visita para confirmação.
"Don Giovanni Salsedo, desafortunado castelão da ilha, que o orgulhoso Dragut não podia perdoar pela audácia de pretender resistir a uma grande frota otomana, foi aprisionado com sua mulher e filhos no navio-almirante. Acompanharam a família de Don Giovanni Salsedo, cerca de 1.000 habitantes da ilha, que foram feitos escravos. A ilha ficou praticamente desabitada, famílias pantescas inteiras desapareceram, engolidas pelo abismo de uma tragédia sem precedentes."
"Da ponte de seu navio-almirante, o cruel Dragut tinha um olhar de satisfação, como era seu costume .... não imaginava que, em poucos anos,  a ilha de Malta, nas proximidades de, Pantelleria, lhe seria fatal ...."
 "O terrível epsódio da incursão de Dragut ficou na memória dos habitantes de Pantelleria, passando de geração a geração como uma história terrível .... Ainda hoje, nada se sabe de Don Giovanni Salsedo e família, se foram ou não libertados após o pagamento de algum resgate como era comum com famílias ricas."
"No entanto, um ramo da família Salsedo continuou a florescer na ilha de Pantelleria até os dias atuais !! Descendentes de sobreviventes de Don Giovanni Salsedo !"  
Essas histórias estão disponíveis em 2 sites: no da família Salsedo, aqui  e no Cose di Mare. Nenhum deles, no entanto, cita as fontes.

Além dessas incursões, Pantelleria recebeu a visita de outros corsários e piratas famosos:

Soliman Reis, corsário bárbaro, em 1515
Barbarossa ou Khair-ad-din, de Mitilene, de pai grego (ou albanês) e de mãe andaluza, provavelmente de origem hebraica. Batizado com o nome de Khizr. Irmão de Arouj, cunhado de Sinan, Senhor da Algeria e de Tlemce, em 1533
Cristoforo Pallavicini (ou Cristoforo Doria) de Gênova, Cavaleiro de San Giacomo, sobrinho de Andrea, em 1540
Dragut, de Kharabulak uma pequena vila na costa da Anatólia, de família camponesa, Vice-Rei da Algéria, Senhor de Tripoli e de Mehedia, pais de Amurat Dragut, além da incursão já citada em 1553, também em em 1540, 1549 e 1555
Andrea Doria, de Oneglia, Senhor de Gênova, Duque de Melfi, Marquês de Tursi, primo de Antônio, tio de Cristofaro Doria, 1549
Carlo Doria, de Gênova, Duque de Tursi, Príncipe de Avella, filho de Giovanni Doria e sobrinho de Andrea, 1624
Martino di Colbert, Cavaleiro di Malta, filho do Primeiro-Ministro francês de mesmo nome, 1682
Gianfrancesco Ferreti, comandante da Esquadra Pontífica, 1704
Interessante história paralela: Então, segundo os dois sites acima, todos os Salsedo da ilha teriam origem na mesma família !! Um nosso famoso parente distante seria Andrea Salsedo. Anarquista, nascido em Pantelleria, imigrou para os EUA e lá foi suicidado em 1920. A história de Andrea é o estopim da história de Sacco e Vanzetti. O filme, de 1971, está disponível online aqui. Andrea é sobrinho-neto de nossa pentavó Angela Salsedo, ele é neto de um irmão de Angela Salsedo, veja aqui.






terça-feira, 1 de dezembro de 2015

OS SALSEDO - parte 1


Preste atenção no  gráfico acima, na bisavó da minha bisavó Agnesa Siggia Capozzi. Ela é Angela Salsedo, nascida, criada e falecida na ilha de Pantelleria.

O texto abaixo (em marrom) foi tirado de uma página online da família Salsedo, daqui, que não cita as fontes. Encontrei algumas das informações dessa página no livro de D'Aietti, aqui (parte). A tradução é aproximada (lógico, eu e o googletranslator fizemos !!). O texto é interessante, porém parte parece inverossímil  e parte carece de confirmação documental. Divirta-se !!
"Em 1361, Pantelleria foi cedida pela coroa do Reino da Sicília ao Admiral (Almirante) Emanuele Doria de origem genovesa, em pagamento de uma dívida. A recompra dos genoveses foi em 1406 pelo rei Martin (rei Martin I de Aragão). Em 1421 uma nova cessão do feudo, desta vez  para o comandante Francesco De Belvis. Seus descendentes a repassaram a Don  Luigi Requiesenz, que assumiu pela primeira vez o título de "Príncipe de Pantelleria".
Realmente, Pantelleria, como todo o  sul da Itália, teve domínio espanhol por um longo periodo.


"O cavaleiro  Don Giovanni Salcedo, Conde Salsedo, era de nobre família de antiga  origem espanhola de Baeza, Andaluzia ... Giovanni Salcedo e seu irmão Diego Salcedo deixaram seu castelo (em Baeza) e seguiram com Cristovão Colombo, juntamente com suas caravelas cerca de 1530, para conquistar as novas terras espanholas".
Cristovão Colombo teve, sim, um pajem de nome Salcedo, que esteve na primeira viagem à América, na caravela Santa Maria, mas em 1492, veja aqui.  Cristovão Colombo era nascido em 1450 em Gênova e faleceu em 20 de maio de 1506  em Valladolid, Espanha. Em 1530 já tinha deixado há muito de fazer viagens ....
"Giovanni Salsedo chegou à costa da ilha de Pantelleria situada entre a Tunísia e a Sicília. Casou e teve filhos. Tornado-se rapidamente uma célebre família local.  Em 1550, no auge das incursões turcas no Mediterrâneo, Giovanni Salsedo recebeu, pelo príncipe feudal de Requiesenz, a qualificação de castelão da cidade de Pantelleria e de grande capitão das milícias locais, com a tarefa de proteger a ilha."
"Foi sob o governo do barão Don Giovanni Salsedo que Pantelleria se encontrou a frente de uma das invasões bárbaras de ferocidade sem precedentes entre as que foram relatadas na ilha"..
"No batismo de fogo da milícia feudal, composta na sua maioria por ilhéus, ele (Don Giovanni) deu prova  de grande valor, lutando com coragem e determinação, apesar da escassez e idade da artilharia e do estado deplorável das fortificações do castelo, combinada com uma superioridade numérica esmagadora dos piratas turcos. Esta situação foi a origem da posterior intervenção do Imperador Carlos V de Espanha que declarou Pantelleria fronteira armada frente ao inimigo e rapidamente promoveu a reparação do castelo, para equipá-lo com artilharia eficiente e substituindo a milícia local por uma guarnição de infantaria permanente de origem espanhola, de quem descende a maioria das famílias pantescas atuais." (grifo meu)

Fortaleza e Castelo Barbacane, mais informações e foto aqui.
"Por volta de meados de 1500, no auge das incursões turcas no Mediterrâneo, foi castelão da ilha de Pantelleria, localizada entre a Tunísia e a Sicília, Don Giovanni Salsedo, de antiga e nobre família de origem espanhola, e grande capitão da milícia local durante o período do senhor feudal Barão Giuseppe de Requesens, de Palermo, filho de Bernardo de Requesens. Os Requesens conseguiram o título de Príncipe de Pantelleria concedido pelo Rei de Espanha, Filipe III no ano de 1620."
"Um primeiro ataque teve lugar no ano de 1550, quando uma frota turca sob o comando do grande almirante Sinan, apareceu na costa da ilha e atacou o Castelo do mar ... A milícia de Pantelleria, liderada por Salsedo, o defendeu obstinadamente por três dias e três noites... o fogo concentrado dos navios turcos, atracados no mar em frente ao Castelo, conseguiu abrir uma brecha nas muralhas da fortificação. Houve um assalto generalizado, mas Salsedo com diplomacia negociou com Sinan e os saques foram limitados"
Sinan Reis foi um judeu sefardita que fugiu da Espanha em direção ao Império Otomano (Smyrna), onde se tornou corsário. Era conhecido como o "Grande Judeu". Foi um dos comandantes do corsário otomano Barbarossa. Teve seu filho raptado e batizado por Carlos V e depois recuperado por Barbarossa. Leia aqui e aqui.

Abaixo a Batalha de Preveza, na costa grega, 1538, entre corsários otomanos e aliados cristãos, onde a participação de Sinan Reis foi fundamental para a vitória otomana. Quadro de Ohannes Umed Behzad, 1866, acervo do Museu Naval de Istambul.


A segunda incursão bárbara à ilha de Pantelleria, será tema do próximo artigo. Esse texto também se encontra aqui, mas sem a parte do Colombo e de Baeza-Espanha.



terça-feira, 24 de novembro de 2015

CORSÁRIOS E PIRATAS

Para conhecer um pouco sobre a prática do corso (e da pirataria também) nas águas do Mar Mediterrêneo :

Piratas ou corsários são geralmente associados a ingleses e franceses em busca da prata peruana ou de fortunas caribenhas. No entanto, há que se diferenciar a pirataria do corso, e também o tipo de butim das costas americanas e do Mediterrâneo.

Depois das Guerras Santas e das várias Cruzadas, estabeleceu-se no final do séc. XVI o controle muçulmano no sul do Mediterrâneo e o critão no norte. O leste mediterrâneo estava dividido entre os turcos do Império Otomano e pequenos enclaves cristãos.

Os corsários agiam em períodos de guerra e  tinham licença real para praticar o butim (saque), ou seja, o butim era autorizado legalmente e por isso deviam dividi-lo com a Coroa em questão. Era uma maneira de financiar a guerra. Eles tinham autorização real para praticar o saque em navios e aldeias costeiras. Os piratas não tinham essa licença, eram independentes, e portanto o butim pertencia apenas a eles. No final, o serviço era o mesmo ...


Os ataques eram mútuos e generalizados, não apenas contra "inimigos" de outras raças e religiões. Há noticias de incursões realizadas no séc. XVI por piratas da Messina (Sicília) sobre as costas da Calábria e Campânia.

Qual era o butim ? 

Uma das diferenças básicas entre os corsários e piratas do Mediterrâneo e de outros mares era o tipo de butim. Enquanto nos outros mares se buscava mercadorias e bens como jóias, ouro e prata, os corsários e piratas do Mediterrâneo buscavam além disso e principalmente, a carga humana,  as pessoas, passageiros, tripulação ou habitantes das vilas saqueadas, para a escravidão ou pedido de resgate. Os escravos eram importantes para os muçulmanos para abastecer os haréns dos paxás, para remarem nas galés, ... e para os europeus mediterrânicos para trabalharem nas lavouras.


Acima, um mercado de escravos na Algéria, 1684, daqui

Desde a antiguidade até meados do séc. XIX, o comércio de escravos foi um fenômeno de grandes proporções em toda a área do Mediterrâneo e foi alimentado por um mercado criado pela exploração de um grupo étnico por outro mais fraco.

A partir do séc. XVI, na Europa, há um aumento significativo da população e o trabalho de baixo custo nas regiões agrícolas e rurais tornou-se essencial.


A escravidão tinha também um inescrupuloso pretexto religioso. A fé islâmica justificava seu comportamento apoiando-se numa espécie de direito de escravizar os infiéis cristãos na tentativa de converte-los ao Islã. Por outro lado, os cristãos justificavam a escravização dos bárbaros procurando sua conversão ao cristianismo, quase sempre depois de capturá-los ou comprá-los, obrigava-os a se batizarem, dando-lhes um nome cristão. Existem documentos da Igreja Católica, em especial uma bula de Inocêncio III, que regulava o fornecimento de alimentos a vilas bárbaras em troca do batismo cristão de escravos de fé islâmica.

O corso e a pirataria no Mediterrâneo estavam intimamente relacionados à escravidão, o que não impediu as grandes trocas comerciais e sociais entre as sociedades cristãs e islâmicas. Na Europa, a escravidão sobreviveu até as primeiras décadas do séc. XIX, a prática foi aos poucos entrando em desuso. Em 1812 uma sentença determinou que a opção pelo batismo católico tornava o escravo um liberto que passava, então, à condição de servo.



terça-feira, 17 de novembro de 2015

E AQUELA HISTÓRIA DE PIRATAS ?? - parte 3/3


Luiza Capozzi >> mãe: Agnesa (Inês) Siggia >> mãe: Calógera Cosentino >> mãe: Maria Modica >> pai: Biaggio Modica

Então, com tantos irmãos homens e muito provavelmente homens do mar, Maria Modica bem poderia haver tido algum irmão pirata ... Mas piratas no séc XIX ?? A pirataria não é coisa do séc. XVI, XVII ??

Antes de qualquer coisa, é interessante diferenciar pirataria e corso.

Corsário era o membro da tripulação de um navio civil armado, autorizado por uma carta patente (Carta Regia) a atacar em tempos de guerra, todo navio que ostente bandeira de um país inimigo, especialmente os navios mercantes, deixando aos cuidados da Marinha de Guerra o ataque aos navios militares. Eles exerciam suas atividades de seguindo as leis de guerra, unicamente em tempos de guerra e com a autorização de seus governos. Quando capturados eles tinham direito ao status de prisioneiro de guerra. E como esses povos europeus sempre estavam em guerra .... sempre existiram corsários. Daqui

Pirataria é banditismo.

A guerra de corso terminou efetivamente após 1856, quando foi  assinado o Tratado de Paris. Apesar disso, ela teve um pequeno renascimento durante as duas Guerras Mundiais. Pirataria existe até hoje. 

Ou seja, ainda era possível se fazer a guerra de corso na juventude (1815-1835) dos Irmãos Modica, os irmãos de nossa tetra-avó Maria Modica.

Seriam eles piratas ou corsários ? Não sei ... penso que seria mais fácil serem corsários, porque teoricamente seriam descendentes de soldados de origem espanhola que vieram para a ilha justamente para protegê-la contra ataques piratas. Um dos avós de Biaggio Modica era sargento na Fortaleza (atual Castelo Barbacane) no início do séc. XVIII (mais sobre isso em postagem próxima). Assim, ouviam histórias e estavam acostumados a evitar e se proteger de ataques pelo mar. Difícil imaginar que se tornariam eles mesmos os protagonistas dessas ações .... mas nunca se sabe .... (a confirmar).




Concluindo, apesar de eu não ter conseguido nenhum documento que comprove o velho papel amarelado pelo tempo com a letra de meu pai, consegui alguns bons indícios:

Maria Modica (avó de Agnesa Siggia Capozzi) teve vários irmãos homens,

- realmente eles tinham uma relação estreita com o mar, viviam numa ilha e trabalhavam no mar.
- o local em que viveram, Pantelleria, é cheio de histórias de piratas, alguns famosos !! (veremos em outra postagem)
- na época em que viveram ainda existia a prática do corso (da pirataria até hoje !!),
- pessoalmente, acredito na prática do corso e não da pirataria, pelo jeito essa é uma história de corsários e não de piratas. 

Enfim, tire suas próprias conclusões e se preferir dê uma passadinha no Archivio Storico da ilha. :)



As primeiras fotos são do acervo do Archivio Storico di Pantelleria e estão disponíveis aqui, essa última daqui.



terça-feira, 10 de novembro de 2015

E AQUELA HISTÓRIA DE PIRATAS ?? parte 2/3


Então, a família da avó materna de Agnesa Siggia Capozzi, onde alguns seriam piratas, vivia em Pantelleria, uma pequena ilha do Mediterrâneo. Agnesa teria cinco tios-avós (homens) que poderiam ser os dois possíveis piratas ....

Além de viverem numa ilha, eles teriam alguma vínculo com o mar ?? Afinal, mesmo numa ilha poderiam ser camponeses .....

Não consegui saber a profissão desses irmãos, mas consegui saber a profissão do pai de Maria, Biaggio Modica (Blasius).

Em 1823, no Ufficio dello Stato Civile di Pantelleria, no  nascimento  do filho Antonio, ele declarou ser "patron di barca", veja abaixo no Microfilme SUD-1466312, Nati 1823-1836, Pantelleria (parte).



"Patron di barca" é o comandante ou capitão de uma navegação, veja aqui,
"Este título honorário de "patron" "patrun", merece uma breve definição A antiga sociedade pantesca era rigidamente dividida em quatro classes: 
A primeira que dominava todos os outros, era de nobres e grandes proprietários de terra que tinham o título honorário de "Don" e que se reuniam no círculo dos nobres ou Cossyra. .... 
A segunda classe abrangia os que pertenciam às corporações de artes e ofícios, o famoso "Mestre" que também tinham a responsabilidade e a honra de defender com armas a comunidade. Ao longo do séc. XIX eles iriam formar a espinha dorsal da Guarda Nacional. Esses cidadãos levam o título de "Mastru". 
Em terceiro lugar, que de algum modo é equivalente à segunda na importância, é formada pelos capitães de navios à vela, que também são mestres marítimos, ao menos em certa porcentagem proprietários, portanto "patrun di barca", a partir do qual o título honorário de "patrun".  Reuniam-se no Círcolo Marina e Commércio. 
Finalmente, a quarta e última classe, composta da massa dos trabalhadores humildes". Daqui
O Registro de Nascimento de Antonio Modica, na qualificação do pai, continua: "domiciliato  in questa comune dentro la cittá", ou seja, na área urbana do município,  provavelmente intramuros.

Não descobri que tipo de veleiro Baggio usava, tampouco para que finalidade o usava: pesca, transporte de mercadorias ou passageiros ....



Em 1843, por ocasião de seu falecimento em Siculiana, foi declarado que Biaggio era marinaio, marinheiro, veja aqui.  

Ou seja, Biaggio Modica era um homem do mar, a família tinha intimidade com o mar


As fotos são do acervo do Archivio Storico di Pantelleria e estão disponíveis aqui.

Biaggio não era marinheiro, era capitão, cantava assim ....





terça-feira, 3 de novembro de 2015

E AQUELA HISTÓRIA DE PIRATAS ?? parte 1/3


Num papel amarelado pelo tempo com a letra do meu pai, li que dois tios-avós de Agnesa Siggia (dois irmãos da sua avó materna Maria Modica) foram piratas.

Mas como pode ser isso ??  Até onde eu sei (ou sabia) a família não tinha nada a ver com o mar !!

Mas não, heim ?! Dê uma boa olhada na árvore genealógica abaixo:



A minha bisavó Agnesa Siggia, mais seus pais Giuseppe e Calógera Cosentino, mais seu avô materno Salvadore Cosentino, eram todos nascidos e criados em Siculiana, na Sicilia

Mas sua avó materna, Maria Modica,  não. Ela casou e provavelmente faleceu em Siculiana, mas nasceu na ilha de  Pantelleria.

Pantelleria é uma pequena ilha de origem vulcânica com 80 km², situada a 70 km da costa tunisiana (Cabo Mustafá) e 110 km da costa da Sicília (Cabo Granitola), no meio do Estreito da Sicília.





Encontrei um primeiro vínculo com piratas .... o mar !!!  Eles viviam bem perto do mar !! E Maria Modica, teria irmãos do sexo masculino ? Com raríssimas exceções, piratas são homens ....

Biagio Modica (pai de Maria): aparece em alguns documentos como Biaggio em outros como Blasius, nasceu em dezembro de 1775, veja aqui. Angela Salsedo, nasceu em 25 de setembro de 1779. Biagio Modica e Angela Salsedo casaram em 16 de julho de 1797, veja aqui. O casal  teve pelo menos 9 filhos, sendo 5 homens:

Francesco, nascido em 01 de março de 1798
Jacobus (Giacomo), batizado em 08 de junho de 1800
Joannes (Giovanni), batizado em 07 de abril de 1803
Josepha (Giuseppa), batizada em 04 de junho de 1808 e falecida antes de 1813
Gaetana, nascida em 18 de fevereiro de 1811 e batizada em 01 de maio de 1811 em Pantelleria
Josepha (Giuseppa), batizada em 04 de novembro de 1813 em Pantelleria
Joseph (Giuseppe), batizado em 28 de abril de 1819 em Pantelleria
Antoniu (Antonio), nascido em 18 de janeiro de 1823 em Pantelleria
Maria, nascida em 20 de maio de 1824 em Pantelleria,minha tetra-avó

Então, Maria Modica teve pelo menos 5 irmãos do sexo masculino, sendo que dois poderiam ter sido piratas !







terça-feira, 27 de outubro de 2015

AGRIGENTO E FAVARA


Os Cosentino circularam entre Agrigento (Girgenti até 1829), Favara e Siculiana, na Sicilia.

desenho de Rubens Jablinski

Saíram de Agrigento com destino a Favara, daí alguns foram para Siculiana e outros retornaram para Agrigento. Essa a área dos Cosentino:  o oeste da Sicília.

Agrigento foi uma das grandes cidades do mundo antigo, sua área arqueológica está preservada de maneira impressionante e é tombada como patrimônio da humanidade pela Unesco, veja aqui. A cidade foi fundada  no séc. VI ac pelos gregos de Gela (mais ao sul da Sicília), os romanos chegaram no séc. III ac, os árabes no séc. IX  e os normandos no séc. XI. Numa sucessão de domínios até cair em declínio na segunda metade do séc. XIX.

Sempre lembro de Antônio Capozzi (meu querido tio Tonico) dizendo que eramos descendentes de antigos gregos !!




Mais lindas fotos do sítio arqueológico, veja aqui

Para saber mais sobre a cidade, clique aquiaqui e aqui.

Favara é outra comuna na província de Agrigento na Sicília. A região apresenta vestígios humanos que datam de 2.000 AC, passou pelo domínio grego (ainda pode ser observado em Caltafaracci). Passou pelos árabes, Favara é Fawwara que significa fonte.

Favara nos anos 1860 tinha cerca de 13.000 habitantes, atualmente perto de 33.000. Para saber mais sobre a cidade, clique aqui e aqui.



Chiesa Madre



Fotos: todas são do Panoramio.


terça-feira, 20 de outubro de 2015

A FAMÍLIA COSENTINO


Os Cosentino circularam entre as cidades de Agrigento (anteriormente Girgenti), Favara e Siculiana, na Sicilia,

Luca Cosentino era filho de Carmelo e Dorothea Caldararo, nasceu em Agrigento, perto de 1770. Faleceu também em Agrigento no dia 21 de agosto de  1834, veja o registro do óbito de Luca aqui

Sua mulher, Calógera Geraldi (ou Gelardi), era filha de Salvadore e Gerlanda Rabita, nasceu cerca de 1786 e faleceu em Siculiana dia 2 de outubro de 1834, veja aqui.

Não consegui nenhuma informação sobre a vida profissional dos Cosentino, apenas que meu tetravô  Salvadore era sapateiro. Luca e Calógera Gelardi  casaram em local e data não conhecida e  tiveram, pelo menos, os seguintes filhos:

Maria Rosa Cosentino, nascida em Favara, cerca de 1807. Em Siculiana, casou em primeiras núpcias com Vicenzo Graceffo em 1836, veja aqui e em segundas núpcias com Antônio Dinolfo em 1844, veja aqui.

Carmelo Cosentino, nascido em Agrigento (Girgenti) em 1813 (ou 1817), casou com Maria Pitruzzella em 1835 em Favara, veja aqui e faleceu em Agrigento (Girgenti) em 1860, aqui.

Salvadore Cosentino, meu tetravô, nascido em Siculiana no ano de 1816, onde casou com Maria Modica dia 29 de outubro de 1839, veja aqui

Pasquale Cosentino, nascido em Siculiana dia 11 de julho de 1824, veja aqui,  onde casou com Grazia Cibella.

Maria Teresa Cosentino, nascida em Siculiana no ano de 1821 e falecida em. 28 de agosto de 1821, veja aqui.

Anna Maria Cosentino, nascida em Siculiana dia 29 de agosto de 1826 e falecida em 25 de setembro do mesmo ano, veja aqui
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terça-feira, 13 de outubro de 2015

A VIAGEM DE EMMANUELE COSENTINO, TIO DE AGNESE

Emanuelle Cosentino era irmão de Calógera, minha trisavó, portanto tio de Agnese (Inês) Siggia Capozzi.  Ele chegou ao Brasil um mês antes de Calógera, em setembro de 1897.



Emmanuele era viúvo, viajou com os filhos e um sobrinho. Veio a bordo do vapor Minas, que saiu de Nápoles dia 27 de agosto de 1897 e chegou ao Brasil dia 18 de setembro de 1897, cerca de 22 dias depois.


Com Emmanuel, de 50 anos, vieram seus filhos;

Maria Cosentino, 23 anos, nascida em fevereiro de 1874, veja aqui.
Calógero, 20 anos, nascido dia 26 de setembro de 1877, veja aqui.
Francesca, 16 anos, nascida dia 10 de maio de 1881, veja aqui.
Giuseppe, 13 anos, nascido dia 13 de dezembro de 1884, veja aqui
Angela, 8 anos, nascida dia 9 de janeiro de 1889, veja aqui.
e o sobrinho Diogo (ou Diego), de 30 anos, nascido cerca de 1867.

Emmanuele nasceu dia 25 de dezembro de 1847 em Siculiana e foi casado com Maria Antonia Santalucia, com quem teve os 5 filhos. Era sapateiro por profissão.

No desembarque do vapor (foto acima) consta como local de trabalho a fazenda de Telles (?), nada mais. A entrada dele na Hospedaria dos Imigrantes no Brás não especifica  o local de trabalho de Emmanuel Cosentino, consta como destino final a capital do Estado, veja aqui e aqui. Será a fazenda dos descendentes de  Antônio de Queiroz Telles, Conde de Parnaíba, o filho do Barão de Jundiay, da cidade de Jundiaí ?? Veja aqui, (a pesquisar).

O vapor Minas atracado no porto de Santos, foto daqui.





terça-feira, 6 de outubro de 2015

EM 1932

Para não esquecer e pesquisar melhor depois. A Revolução Constitucionalista de 1932 esteve presente na vida de muitos paulistas, inclusive os nossos. Soube recentemente que 3 jovens da família participaram da contenda, provavelmente como voluntários : Antônio,  Albino e Thomas Capozzi, tendo o último recebido baixa rapidamente por um tiro na perna, mais o cunhado Nelson Epaminondas Ferreira, marido de Julieta Capozzi.

Efetivamente, o primeiro tiro da Revolução foi dado em 13 de julho e o armistício no início de outubro. A guerra foi perdida pelos paulistas, mas a Constituição conquistada, tudo bem que em 1937 Getúlio Vargas fechou o Congresso e ...

A foto abaixo é de 7 de setembro de 1932 em São Paulo, famílias Mônaco e Capozzi, vizinhos no bairro da Moóca, provavelmente voltando do desfile cívico pela Independência. Repare nos chapeuzinhos das crianças e na bandeira na mão do menino à direita. A foto está datada no verso e provavelmente foi tirada na casa da família Mônaco na Moóca. Mais informações sobre ela, clique aqui.

" ... os paulistas tentavam manter acesa a chama para dar continuidade à luta e rever o quadro que se apresentava irreversível. Em 7 de setembro ocorreu o desfile da Guarda Civil da Capital." Assunção
Desfile em 1932, foto daqui

Foto daqui

Ah !!! Então,  no dia 7 de setembro, os Capozzi e os Mônaco saíram da Móoca, talvez de bonde, foram até o centro de São Paulo, caminharam até o  Pátio do Colégio, para desfilar em homenagem e incentivo aos soldados revolucionários de 1932 !!!

Abaixo, o documentário A Guerra Paulista, revolução Constitucionalista de 1932 com direção de Lais Bodanzky e Luís Bolognesi.


Existe um outro documentário, 1932 História de uma guerra,  com direção de Tiago Montelli, veja aqui. Eventualmente esse filme passa no canal CineBrasilTv.

Um resumão, aqui, fotos do acervo do Estadão aqui

Assunção, Paulo de - Revolução de 1932, São Paulo: Clube dos Autores, 2013, aqui




terça-feira, 29 de setembro de 2015

TAQUARITINGA


Foram poucos os anos da família na cidade de Taquaritinga, antiga Ribeirãozinho, entre 1897 e 1915 aproximadamente.  Estando por lá eu procuraria:

1. a estação ferroviária de Guariba-SP, cerca de 40 km de Taquaritinga, onde desceram Giuseppe Siggia, mulher e filhos, quando chegaram a sua nova vida.


2. os restos mortais e imortais da Fazenda São Domingos, onde viveram Calógera, Giuseppe Siggia e filhos,

3. também os restos da Fazenda Grama, onde viveram Agnesa, Ernesto Capozzi e filhos,

4. a Capela dos Ss. João Batista e Antônio, no distrito de Jurupema, onde foi batizada a pequena Amélia. Atualmente existem a Igreja de São João Batista (abaixo) e a Capela de Santo Antônio (saída para o bairro Anhumas),


O batismo de Amélia guarda um mistério. Porque foi realizado numa capela tão longe das Fazendas São Domingos e Grama ? Na verdade, no extremo oposto na cidade.


5. daria uma boa volta na região central de Taquaritinga,



6. procuraria o Grupo Escolar onde estudaram minha avó e alguns irmãos


7. procuraria a Igreja de São Sebastião do padre Ruffo citado por Antônio Capozzi, provavelmente  frequentada pelos Capozzi's.

Pediria, na Secretaria, licença para ver os livros de batismos e procuraria o nome de minha avó e meus tios-avós, para saber quando, onde e por quem  foram batizados.

Tudo bem que esse novo prédio é da década de 1940, mas os velhos livros, com certeza, estão lá .... um pequeno guia para visitar a igreja está aqui.


8. procuraria um bom almoço regional,

9. visitaria o Arquivo Público da cidade, para vasculhar mais alguma coisa .... será que tem ??

Fotos:  na primeira foto o autor está nomeado, a segunda é daqui, as demais do Panoramio

Bibliografia sobre a cidade de Taquaritinga disponível na Plataforma Verri, clique aqui.